el campeón

19 octubre 2010

A vergonha


sou artista

uma vez
há muito tempo
construi um espelho enorme
enorme
colossal
gigantesco.

a minha obra
lhe pus de título,
de nome

“a vergonha”


mas um dia,
há menos muito do que a outra vez
minha obra me deu
vergonha

e irritado
envergonhado
totalmente pelado
brinquei contra ela

lhe dei todos os golpes que conhecia

a quebrei
ã minha obra
em um mil pedaço


essas um mil formigas
ficaram fracas
deitadas
no formigueiro cúbico do meu banheiro.




oh, casualidade!
eú, como artista,
conhecia un mil pessoas


(um mil torcedores da disecação,
da taxidermia,
dos insetos,
da morte e do arte,

um mil pessoas peculiares)


e nesses três anos
cada uma delas
cada uma um dia diferente
veio a visitar-me


todos perguntavam pelo espelho
quebrado
mas ninguém pelas minhas cicatrizes
ou pelo caminho de sangue


eu lhes respondia:
-não tem importancia
o quebrei há pouco tempo
o quebrei há muito tempo
o quebrei há quanto tempo

-mas se é bonito!

-se você quer, pode te levar
um pedaço,
mas só um
escolha bem...



hoje o banheiro está intato
impecável
sem uma sozinha farpa desse árbore
sem uma sozinha formiga
o formigueiro.

e hoje
posso dizer-lhes
-recem hoje posso dizer-lhes!-
a todos
e a cada um

o que é a vergonha
o que esse conceito significa:

“a vergonha”,

esse espelho próprio,
esse espelho quebrado
do qual
um não tem nem um pedaço.




"La vergüenza" de Goyeneche
Traducción al portugués de Nicolás Reichman

Muchas gracias

12 octubre 2010

"pluma"

. . . . . . . . . . quienes sabemos qué cosa




en los pequeños detalles
vemos lo incómodo
de tener que soportar esta costumbre
de echar el sonido de nuestro meo
por un tubo lleno hasta la mitad




todos sabemos que estamos yendo
hacia una sociedad distinta,
una cultura nueva que socavará las crisis
energéticas de las ciudades
metafísicas de los hombres
e incluso cuyo alimento
la forma de combinar los elementos
nutritivos
y también sus formas de expresión
serán diferentes




sabemos que escribimos para ese
pueblo que vive en el futuro
pero por qué no somos
ese pueblo
por qué no estamos
en esa sociedad

simplemente quietos viajando




al parecer,
el futuro no es tan fácil




. . . . . . . . . . "quiénes sabemos qué cosa"




dormir de día
correr los horarios
bailar o pisotearse
los unos a los otros
en festejos que tienen que ser de alguien
para motivo tranquilizante
del destino de nuestros
movimientos




vivaraces ocurrencias
las de alguien preocupado
por el azar futuro del mundo,
donde alguien es
quien no vive ahora
ni pasado ni presente
para este fin


donde mundo
es igual fin

y fin igual mundo




alguien preocupado
hecho dique en esta ausencia
irresuelta pero sin miedo

alguien
irresuelto pero sin miedo
alguien que avanza
irresuelto pero sin miedo
alguien que avanza

una vuelta de tuerca

para hacer o leer comentarios hay que hacer CLIC SOBRE EL TÍTULO del texto que se quiere comentar

el mal


ningún mensaje envejece

los campesinos

carnaval